O aumento constante da prevalência da carbapenemase NDM-1, de menos de 1% em 2013 para 24% em 2020, entre Enterobacterales com suscetibilidade reduzida aos carbapenêmicos em um hospital terciário no sul do Brasil destaca a importância da detecção precoce do mecanismo molecular de resistência aos carbapenêmicos para evitar o tratamento empírico de infecção.
Um estudo publicado recentemente pelo Laboratório de Pesquisa em Resistência Bacteriana (LABRESIS) relatou o aumento constante na frequência de NDM-1 entre Enterobacterales resistentes a carbapenêmicos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Um total de 3.501 isolados de Enterobacterales foi avaliado de Janeiro de 2015 a Maio de 2020 por PCR em tempo real utilizando a técnica de temperatura de melting de alta resolução (HRM). Houve um aumento de 4,2% em 2015 para 24% em 2020, totalizando 351 isolados (10%) de isolados NDM-positivos.
As metalo-betalactamases são um risco para a saúde pública porque hidrolizam todas as classes de beta-lactâmicos, exceto aztreonam e não são inibidas pelas novas associações de antibióticos, como ceftazidima-avibactam. Portanto, a predominância de NDM pode afetar o uso de novas alternativas terapêuticas.
Nossos resultados a respeito do aumento da frequência do gene blaNDM-like destaca a importância da detecção precoce do mecanismo molecular que causa a resistência aos carbapenêmicos, para evitar o tratamento empírico dessas infecções.
O artigo pode ser lido na íntegra aqui.
(DOI: 10.1007/s42770-020-00412-z)
Autoria: Dra. Priscila Lamb Wink
Revisão: Prof. Dr. Afonso Luís Barth
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