Overview: em artigo científico publicado recentemente, parte dos esforços da equipe do INPRA para compreender a disseminação ambiental da resistência aos antimicrobianos, os autores exploram se fatores comumente monitorados por diferentes órgãos estatais e privados, poderiam predizer a ocorrência de bactérias produtoras de carbapenemases em águas costeiras

Conteúdo

Bactérias gram-negativas produtoras de carbapenemases são grandes ameaças à saúde pública. São microrganismos conhecidos como ‘superbactérias’, e causam infecções difíceis de tratar, principalmente nos hospitais. Na última década, esses microrganismos foram relatados também em ambiente extra-hospitalares, incluindo águas costeiras recreativas. Especula-se que a população em contato com essas águas possa estar sob maior risco para desenvolver esse tipo de infecções, mas estudos que demonstrem tal risco não estão disponíveis na literatura. A ausência de monitoramento dessas ‘superbactérias’ em águas recreativas contribui para essa lacuna de conhecimento. Frente a este cenário, pesquisadores do INPRA exploraram se o monitoramento já realizado de fatores químicos, biológicos e ambientais poderia predizer a frequência dessas bactérias em águas de cinco praias da zona sul da cidade do Rio de Janeiro amostradas ao longo de um ano.

Os pesquisadores registraram dados do monitoramento da temperatura da água, salinidade, pH, regime de marés, pluviosidade em 7 dias, contagem de coliformes termotolerantes e enterococos, e determinaram a concentração de bactérias produtoras de carbapenemases de importância clínica. Então, empregaram abordagem estatística para avaliar a influência de cada fator no aumento da média das superbactérias observada nas águas. Além de confirmar o lançamento de esgoto como principal influência da presença dessas superbactérias nas águas costeiras, o estudo permitiu a quantificar o peso de cada um nesta ocorrência. A futura modelagem desses fatores tem, portanto, potencial para predizer a quantidade de superbactérias nas águas e fornecer um dado fundamental para permitir a avaliação do risco dessa disseminação ambiental para a saúde humana. O artigo pode ser lido na íntegra aqui (link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0269749119361998)

Autor: Renata


0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado.