O Comitê Europeu de Teste de Suscetibilidade aos Antimicrobianos (EUCAST) propôs um teste rápido de suscetibilidade aos antimicrobianos (RAST) por disco-difusão diretamente de frascos de hemoculturas positivas usando menor tempo de incubação e pontos de corte específicos para a interpretação dos halos de inibição.

O Laboratório de Pesquisa em Resistência Bacteriana (LABRESIS) publicou recentemente um estudo avaliando a técnica de RAST após 4 e 6 horas de incubação para isolados clínicos de Enterobacteriaceae usando os pontos de corte estabelecidos pelo EUCAST para amicacina 30 µg, ciprofloxacino 5 µg, gentamicina 10 µg, meropenem 10 µg, tobramicina 10 µg, ceftazidime 10 µg, piperacilina-tazobactam 30-6 µg e cefotaxima 5 µg.

Um total de 61 isolados de Escherichia coli e Klebsiella spp. oriundos de frascos de hemocultura positivas foram avaliados. Os resultados foram interpretados usando os novos pontos de corte RAST para interpretação em 4 e 6 horas, bem como os pontos de corte para leitura em tempo convencional de 18 horas padronizados pelo EUCAST.

O RAST em 6 horas apresentou os melhores resultados de concordância e erros categóricos (concordância categórica, CA = 94,4%, erros menores, mE = 4,3%, erros maiores, EM = 0,8% e erros muito maiores, VME = 0,4%) comparado ao RAST em 4 horas. Da mesma forma, uma observação mais nítida somente foi possível após 6 horas de incubação.

A interpretação da leitura rápida baseada na interpretação pelos pontos de corte convencionais padronizados pelo EUCAST apresentaram resultados insatisfatórios (CA =  54,9%, mE =  36,9% e ME = 8,1% após 6 horas de incubação). Os dados encontrados indicaram que as leituras em 6 horas utilizando os pontos de corte para o RAST propostos pelo EUCAST para todos os antibióticos testados neste estudo, com exceção da amicacina, podem ser usadas em laboratório de rotina de microbiologia clínica para antecipar os resultados do TSA das hemoculturas. As leituras realizadas em 4 horas também podem ser usadas apenas para os antibióticos gentamicina, ciprofloxacino e cefotaxima.

O artigo pode ser lido na íntegra aqui: https://doi.org/10.1007/s42770-019-00109-y

Autoria:  Ms. Amanda Silva Martins

Revisão: Dra. Priscila Lamb Wink e Prof. Dr. Afonso Luís Barth


0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado.